Ecologia Espiritual
A Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis, AMORC esteve, ao longo da história, atenta, sensível e atuante nas sociedades onde participou, como uma Organização místico-filosófica em busca do bem-estar das pessoas e das nações. No início do século XVII o velho mundo atravessava um momento muito peculiar marcado por guerras religiosas, doenças, explorações marítimas, o Renascimento em curso permeado de Humanismo e o advento de uma nova forma de fazer ciência.
Os recém descobrimentos da pólvora, da bússola, do tipo para impressão moldavam um cenário que ainda tinha muito do que chamamos de medieval. No início da idade moderna havia um aspecto que exercia uma influência fundamental no progresso e desdobramento de todos os outros que viriam a seguir, e que os Rosacruzes da época, notadamente Francis Bacon, René Descartes, John Dee e Johann Valentim Andreae se empenharam para alterar: o paradigma religioso centrado em um modelo construído desde o século V da nossa era, a partir da queda do Império Romano. Baseado na sociedade feudal esse modo de vida se acentuou nos séculos seguintes fundamentado em valores anacrônicos cuja ética paternalista viria a ser tão bem criticada por Max Weber no século XIX, em sua célebre obra “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”.
Havia a necessidade de mudança e de se lançar um novo olhar para o mundo e a sociedade. Neste momento, importante para o lado ocidental do planeta com intervalos breves os Rosacruzes anunciaram a sua volta através de três Manifestos – o Fama Fraternitatis, o Confessio Fraternitatis e o Bodas Alquímicas de Christian Rosenkreuz.
Eles representaram para muitos uma luz no final do túnel, sendo chamados por alguns historiadores como verdadeiras tábuas para náufragos. Esses Rosacruzes se empenharam em alterar o status quo vigente através de um conjunto de medidas e ações que historicamente foi denominado de Movimento Rosacruz. O intento foi vitorioso na medida em que as tábulas de Bacon, o método cartesiano, a humanização da arte, o advento de um novo paradigma científico, o Iluminismo e até o Positivismo surgiram em decorrência deste Movimento.
Hoje, os Rosacruzes se ocupam em perpetuar esta milenar Tradição e se empenham em torná-la o mais conhecida possível a um número cada vez maior de homens e mulheres de boa vontade. Entretanto, tal qual os Rosacruzes do Século XVII há um aspecto que não quer calar e que tem sido uma preocupação constante desde a edição do mais novo Manifesto Rosacruz, o IV Manifesto – chamado mui apropriadamente de Positio Fraternitatis Rosae Crucis, editado no 1º dia do Terceiro Milênio. Trata-se da questão ambiental.
A saúde do planeta vem recebendo uma atenção muito especial por parte do nosso Imperator e Presidente da Suprema Grande Loja, Frater Christian Bernard que tem defendido um posicionamento ético em relação ao meio ambiente, visando a preservação e a conscientização dos nossos membros e até mesmo da sociedade em geral.
Como um Manifesto contemporâneo a favor do meio ambiente e suas imbricações, os Rosacruzes têm, através do seu presidente mundial, uma posição clara na manutenção do bem estar das pessoas, povos e nações. Esta posição foi resumida num convite para uma tomada de consciência, séria, ética, responsável e mística sobre a Terra e à humanidade. Ela está resumida no documento que ele mesmo denominou “Exortação Rosacruz para uma Ecologia Espiritual”.
Este documento, mais do que lido e meditado deve ser praticado através de pequenas e grandes ações que certamente no futuro poderão fazer muita diferença para o nosso mundo.
Convidamos a ler e praticar o convite do nosso Imperator Émerito para uma nova Consciência a nosso respeito e de nossa relação com a Mãe-Terra.