As Mandalas e o despertar místico
Tão antigas quanto a humanidade, as mandalas têm uma característica incomum: auxiliam na cura, na meditação, na busca da paz interior, no autoconhecimento, no entretenimento e ainda permitem descobrir outros aspectos inerentes à vida humana e à natureza.
Em qualquer situação, em qualquer lugar, está presente a mandala, desde que o observador esteja atento. Quem pode ficar indiferente ao Sol da manhã, quando desponta no horizonte, ou das maravilhosas figuras geométricas que se formam no céu escuro pelos fogos de artifício? Conhecendo mandalas, aprendemos olhar mais atentamente para os formatos das nuvens, o colorido movimento das bolhas de sabão e até a delicada dança de uma borboleta que carrega em suas asas motivos de sobra para meditação. Podemos também observar as bailarinas do Lago dos Cisnes, e de outros balés, cujas coreografias compõem mandalas em movimento.
Naturais ou artificiais, milimetricamente exatas ou compostas por símbolos abstratos, sem essa preocupação, essas magníficas figuras oferecem oportunidades para acelerar nosso despertar psíquico e para ampliar nossa consciência.
Todo ser humano é um pequeno ponto na grande Mandala Universal (Penso, logo existo) e o grande universo nada mais é do que a Palavra concreta do Criador.
Tudo o que aprendemos, sabemos, utilizamos e criamos só tem valor quando cumpre um propósito, uma finalidade. A criação do mundo não foi um fato aleatório e casual; a natureza com suas leis também obedece uma programação cósmica, um motivo primordial.
Como parte desse Todo, o ser humano foi dotado de inteligência para interagir no mundo e na natureza, como co-criador e transformador. Sua existência no plano terreno, através das incontáveis experiências, visa conduzi-lo, incontestavelmente, à Consciência Cósmica.
Carl Jung, um psiquiatra suíço cuja intuição era profundamente desenvolvida, utilizava os símbolos, inclusive as mandalas e o tarô, para trabalhar com os pacientes, buscando nas diferentes figuras o significado e as explicações para os arquétipos da personalidade.
Mandalas e flores
Considerando o formato circular da maioria das flores, com as pétalas se irradiando a partir de um centro, vemos que elas são mandalas naturais que nos remetem às mais diferentes associações. Temos mandalas ensolaradas, como os amarelos girassóis, as que simbolizam vitalidade e amor, como as rosas vermelhas, a humildade, representada pelas violetas e ainda a simplicidade retratada nas margaridas, como também os brancos lírios simbolizando a pureza.
As flores, sejam as do jardim ou dos desenhos, nos mostram, quando vistas como mandalas, que podem representar a evolução do ser em seus diversos estágios, ou mesmo os “estados de alma”, ora ensolarados ora nebulosos.
Nas tradições orientais o simbolismo das flores está sempre presente. Muitas representações de Buda e outras divindades indianas aparecem sobre a flor de lótus.
O místico Jung, numa bela prece cristã, assemelhou a Virgem Maria com uma rosa, demonstrando um especial carinho que todos nós, rosacruzes, temos por essa flor, pelo que ela simboliza, sobretudo no centro da Cruz.
Ó Rosa-grinalda,
teu desabrochar faz os homens chorar de alegria.
Ó sol rosado, teu calor faz os homens amar.
Ó Filha do Sol,
Rosa-criança
Raio de Sol.
Flor da Cruz, puro seio que floresce
Desabrochando e ardendo sobre todos,
Rosa Sagrada,
MARIA!