Jean-Philippe Deterville, FRC
Durante muitos séculos o homem não se preocupou em proteger a Terra, considerando-se rei e mestre por direito divino. Neste sentido, a chegada de certo progresso industrial e técnico serve para racionalizar o desperdício sistêmico dos recursos naturais, a destruição da biosfera e o envenenamento da agua e dos alimentos. Este balanço pode parecer grave, por isso a humanidade está em uma encruzilhada e o homem deve entender que é hora de salvar o que ainda pode ser salvo. A ciência deve ser colocada a serviço da mais pura ética.
Voltando à ecologia, para um Rosacruz não significa simplesmente proteger o meio ambiente natural. Na verdade, há ecologia espiritual na origem da ciência ecológica moderna.
Em outras palavras, para compreender o valor da ecologia é preciso unir conhecimento e espiritualidade. O ambiente natural e sua proteção deveriam vir principalmente de uma abordagem espiritual, ou seja, se o homem não é capaz de cuidar da integridade do seu corpo físico, voluntariamente empobrecendo-o com falta de higiene de vida e pensamentos negativos, não pode restaurar a harmonia do ecossistema. Pais e mães, a nossa responsabilidade como místicos é muito grande neste período em que o obscurantismo tende a prevalecer e a irresponsabilidade tornou-se um modelo de vida. Não é preciso ser um iluminado para perceber que a humanidade já está pagando pelos erros do passado. A água está se tornado um dos bens de consumo mais raros do planeta, várias espécies de animais correm o risco de extinção, a camada de ozônio está seriamente ameaçada, pela falta do cuidado para manter nosso ar sem poluição, nossas terras estão sendo exploradas sem uma conscientização de regeneração etc. E o que é pior ainda, o abismo entre os ricos e pobres aumenta visivelmente, a desigualdade cresce na mesma proporção que a população e, por conseguinte, aumenta a intolerância, a pobreza e a injustiça. Precisamos aprender o cuidado com o nosso lar planetário e passar os conceitos para a sustentabilidade, para nossas crianças e jovens. Este é o momento de se envolver. Mesmo porque, sob a ótica da reencarnação, estamos preparando o nosso futuro e o de nossas crianças. Nosso dever é tomar consciência da situação e agir. Naturalmente temos que continuar orando, meditando e visualizando, mas também temos que dar o exemplo, praticando ações para o bem comum.
Assim, gostaria de propor que neste mês todos refletissem e meditassem sobre a maneira como poderiam contribuir para a defesa do meio ambiente. Nossa Terra é o santuário de todos os seres vivos que nela habitam e, como tal, temos que protegê-la. Certamente suas meditações sobre este tema serão uma ajuda preciosa para o futuro da humanidade.
Gostaria de insistir que é nosso dever manter em todas as circunstancias uma atitude positiva baseada na tolerância, na não-violência e na coragem e justiça. O universo inteiro está ligado e o menor pensamento vibra no diapasão do todo. Portanto, os pensamentos constituem os elementos espirituais da nossa biosfera. Ciente disso, os pais rosacruzes também podem agir de forma eficaz a serviço do belo e do bem, tanto no nível espiritual quanto físico e no material. É importante fazer todo o possível para que a humanidade possa usar todos os meios à sua disposição para proteger a nossa Mãe Terra.